O anel de diamante | |
Por Teresa Martins (Professora), em 2015/11/11 | 1330 leram | 0 comentários | 287 gostam |
Este texto foi-nos enviado pela Daniela do 8.ºA neste belo dia de S.Martinho. Leiam e deliciem-se. | |
O anel de diamante Num dia chuvoso estava eu no meu escritório quando, de repente, bateram à porta. Mandei entrar. Era um homem alto, de cabelos negros e lisos. Levava vestido um casaco de fazenda e calçados uns sapatos de pele. - Bom dia, sou o Duarte – saudou-me. - Muito prazer. Vejo que tem um novo animal de estimação, um cão porventura, e que vive numa casa com terreno. - Como sabe? – perguntou admirado! - Tem as solas dos sapatos roídas, e só um cão as conseguiria roer dessa maneira. Seria um cão novo, pois normalmente roem tudo quando os dentes estão a nascer. Quanto ao viver numa casa com terreno; tem uma pena no bolso do casaco e demasiada lama nos sapatos. Não os sujava tanto se não tivesse um vasto tereno, principalmente, em terra. Mas o que o traz por cá? - Ouvi dizer que é uma ótima detetive e que já desvendou os mais complicados mistérios. Por isso, resolvi vir falar consigo. Na semana passada assaltaram-nos, apenas roubaram o anel da minha esposa. Era muito valioso, foi deixado pela sua avó, e tinha uma pedra de diamante. Ela ficou desolada, mas para ela o valor não era o diamante era o valor sentimental. Guardava-o sempre num cofre, não sei como o conseguiram roubar; ela tinha a chave sempre consigo. Preciso que descubra quem o roubou e que o recupere. - Muito bem. Vive mais alguém convosco? Quem sabe da existência do anel?- questionei-o. - Temos uma empregada que vive connosco. Porém, quase ninguém sabe da existência do anel, apenas a mãe e a irmã da Liliana (a minha esposa). - E a empregada? - Não sei, mas é possível; anda a limpar a casa e pode saber da sua existência. De seguida, pedi-lhe o nome e a morada dessas três pessoas. O Duarte foi-se embora e eu fiquei a pensar no que iria fazer. Resolvi, no dia seguinte, ir falar com a Sr. Zulmira (a mãe da Liliana), a Sofia (a sua irmã) e a Júlia (a empregada). Quem assaltou a casa sabia muito bem o que ia lá fazer e tinha a chave do cofre, pois este estava impecável. Acabei por adormecer na secretária, envolvida nos meus pensamentos. No dia seguinte, acordei bem cedo para ter tempo de as interrogar, principalmente, a Sofia antes de sair de casa para o trabalho. Consegui, cheguei a tempo de falar com ela. Bati à porta e entrei: - Bom dia, é a Sofia? – questionei eu. - A própria. E você quem é? - Eu sou a detetive Daniela e gostava de lhe fazer umas perguntinhas. É verdade que sabia da existência do anel da sua irmã, penso que já sabe que foi roubado. - Sim, sei. Mas não me admira, ela não o sabia guardar. A minha avó devia ter-mo dado a mim, eu conseguiria guardá-lo em condições. A minha irmã nunca o mereceu. - Acha que a sua irmã não o sabia guardar? Ela guardava-o num cofre. - Guardava-o num cofre velho, basta uma pancadinha e abre-se. - Tem passado muito tempo com a Liliana? - Nem por isso, ultimamente tenho andado muito cansada e prefiro ficar em casa. - Muito obrigado; tenha um bom dia. Depois, decidi falar com a Sr. Zulmira, mas de nada me serviu. Então fui até à casa do Duarte para conversar um pouco com a sua empregada, a Júlia. Ela estava muito nervosa, mas não era muito esperta, e quase nunca estava com a patroa. Telefonei ao meu cliente e pedi-lhe para reunir a Sr. Zulmira, a Sofia, a Júlia e a sua esposa em sua casa às 20h em ponto. Passadas umas horas estávamos todos na sala de estar e eu comecei a esclarecê-los: -Duarte, todos sabiam da existência do anel, mas a Sr. Zulmira conseguiria roubá-lo? Muito simples. Não, é demasiado velha para saber abrir o cofre e conseguir tirar-lhe a chave. A vossa empregada também não passa muito tempo com a Liliana, por isso, não conseguiria ter a chave para abrir o cofre. Como não é muito esperta também não o conseguiria abrir de outra maneira. O culpado sabia como abrir o cofre sem a chave e, ultimamente, não passava muito tempo aqui, para não dar nas vistas. Não é verdade Sofia? Pois a culpada é você! Depois de desvendar o mistério, o Duarte agradeceu-me e ficou contentíssimo. O meu esforço valeu a pena. Estou muito orgulhosa, foi mais um caso bem sucedido. | |
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