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CARTA DE UMA NÁUFRAGA
Por Teresa Martins (Professora), em 2014/04/031136 leram | 3 comentários | 285 gostam
Numa aula de Português, Beatriz Pinheiro do 8.ºD imaginou-se naufragada numa ilha perdida, a sós com os seus pensamentos.
Leiam e deliciem-se com a sua escrita.
Misteriosa ilha do Pacífico, 23 de Maio de 1972
Querido,

  Já nem sei onde estou ou como sair daqui. O navio naufragou a meio da noite. Ninguém contava com aquela gigante onda que enrolou o navio como quem se enrola num cobertor, numa noite fria.
  Fiquei sozinha com dois cobertores, uma pequena arca de comida e a pequena caixa que trouxe comigo para me lembrar de casa.
  Todos os outros tripulantes naufragaram ou fugiram nos pequenos barcos de reserva, que só se utilizam nestas situações. Eu fiquei para trás, ninguém se lembrou daquela rapariga que se sentava na proa do barco a observar o movimento vai-e-vem das ondas e a escrever no seu pequeno caderno.
   Perdi tudo, os meus colegas, os meus apontamentos, que fiz durante a viagem, o tesouro…Sinto-me com imensa culpa por não ter conseguido resgatar o tesouro. Se o capitão estiver vivo e souber, matar-me-á. Fizemos toda esta jornada para termos o tesouro e agora, a desastrada esquecida, perdeu-o.
  Neste momento, estou ao relento, sentada num rochedo, numa ilha do Pacífico que nem sabia que existia! Pelo menos, agora sei que descobri uma ilha nova, não perdi tudo, afinal! Devo dar-lhe um nome? Vou chamar-lhe Misteriosa. É tão desconhecida mas tão bela e ao mesmo tempo assustadora!
  Gostava de ter alguma companhia para além de um baú de comida e uma caixa com fotografias velhas mas, pode ser que tu, quando leres esta carta, te lembres de mim e que me venhas resgatar ou, pelo menos, visitar à Misteriosa.
  
  Até breve, (espero eu)

                                                  Uma amiga


Comentários
Por Teresa Martins (Professora), em 2014/04/03
Parabéns, Beatriz!Simplesmente, soberbo!
Por António Silva (Leitor do Jornal), em 2014/04/04
Muito bonito, temos aqui muita inspiração!
Por Manuel Barbosa (Professor), em 2014/04/04
Olá Beatriz, não te conheço, mas quero dar-te os parabéns pelo teu texto.
Continua a escrever assim...
Um abraço
Prof. Manuel Barbosa

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